Nesse post, você irá ver 3 princípios da escrita criativa para incluir em seus textos.
A escrita criativa nada mais é que uma técnica em que usamos nossa criatividade para escrever. Óbvio, não? Mas, apesar de ser muito usada em áreas de negócios, como marketing e publicidade, o foco aqui é a escrita criativa para a produção e publicação de textos literários.
Ou seja, esse post é para quem quer escrever melhores livros de ficção.
São três dicas retiradas do livro Escrita Criativa para Iniciantes, do Marcelo Spalding, resumidas para caberem nesse post (mas já fica a indicação desse livro incrível para você ler e se aprofundar no tema!).
Ainda assim, garanto que após esses 3 princípios da escrita criativa, você irá construir textos que atraiam mais leitores.
Vamos lá?
1. Pense no objetivo, público e formato
Uma das coisas que te ajuda a ter noção de quem irá ler o seu livro é pensar nesses três itens.
Aliás, isso também ajuda a superar filtrar críticas negativas, tá? Porque quando entendemos qual o objetivo do nosso texto e para quem estamos escrevendo, percebemos que nem todas essas críticas vão se aplicar, pois podem ter vindo de alguém que não era para estar lendo seu texto.
Mas vou explicar melhor:
- Objetivo | Entenda porquê você está escrevendo aquele texto. Qual a mensagem final que você quer passar? É para causar qual emoção no seu leitor? Isso também vai te ajudar a manter o foco da história e não começar a escrever várias coisas com vários significados totalmente diferentes.
- Público | Conheça o seu leitor ideal. Saiba para quem você está escrevendo e quem são as pessoas que deveriam ler o seu livro. Entender isso vai te ajudar muito, desde saber qual o teor da sua escrita até como montar a divulgação certa para atrair leitores.
E, como falei, você consegue filtrar críticas negativas a partir disso, porque se você escreve para adolescentes, por exemplo, mas um senhor de 60 anos diz que a história está ruim, não é para você ficar triste, mas sim saber que ele não é o seu leitor ideal e portanto é uma opinião que não fará diferença para o seu trabalho. - Forma | Como você vai publicar esse texto? Será em seu blog? Você vai transformar em livro? Se sim, é um livro digital, físico ou ambos? Você pode até escolher contar essa história em áudio, e isso é incrível! Explore todas as oportunidades e descubra que há vários formatos diferentes de contar algo, não apegue-se só ao tradicional.
2. Cheque o tempo verbal
Olha, essa é uma dica importantíssima! Uma coisa que vejo muito, especialmente em livros de autores independentes, é desacordo entre tempos verbais.
Por exemplo:
“Fui na padaria e comprei um pão. Me viro e vejo Ricardo atrás de mim. Ele sorriu. Eu coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha.”
Até dá para entender a ideia central da frase, mas não dá pra dizer se está acontecendo no passado ou no futuro, e isso atrapalha muito a experiência de leitura.
Por isso, atenha-se aos tempos verbais. Se você começou no passado, continue assim. Mesma coisa com o presente, embora aqui você tenha a liberdade de escrever frases no passado como memórias de algo que aconteceu.
E pode parecer que isso não faz parte da escrita criativa, mas garanto que faz, pois é característica do ato de contar uma história.
3. Escolha o seu narrador
O último dos 3 princípios da escrita criativa é algo que talvez te surpreenda, porque o autor não é o narrador. Uau. Mas é verdade. O autor é quem escreve a história, o narrador é quem conta a história.
Por isso o narrador pode ser personagem ou não. Em primeira pessoa ou não. Onisciente ou não.
Cada narrador possui suas vantagens e desvantagens. Há quem diga que narradores em primeira pessoa criam mais conexão com o leitor, mas eu não acredito nisso. Então como escolher o narrador para a sua história?
Eu sou do tipo que acredita muito que depende do que você quer passar para o leitor.
Narradores em primeira pessoa não conseguem saber tudo o que acontecem, apenas contam o que podem ver e sentir. Isso pode gerar mais mistério e até mesmo causar dúvida na história – será que esse personagem está mesmo interpretando essa cena de forma correta ou isso aconteceu de outra maneira?
Você tem mais espaço para divagar, também. Não que o narrador em terceira pessoa não possa contar os sentimentos dos personagens, mas quando é um narrador personagem, ele pode discorrer sobre o que realmente estava sentindo. Causar mais momentos de reflexões internas.
Narradores em terceira pessoa também não precisam saber de tudo o que acontece – quando sabem, são chamados de oniscientes. Mas você pode contar a história de uma família focando só no que eles sentem e acontece com eles, por exemplo.
Ainda é possível transmitir sentimentos e emoções profundas com o narrador em terceira pessoa, mas uma grande vantagem é que você pode mostrar os sentimentos de várias pessoas ao mesmo tempo dessa maneira.
É um narrador mais verdadeiro, que mostra realmente o que está acontecendo e não está saindo de uma percepção própria.
Acontece que para saber qual o melhor tipo de narrador, o ideal é testar. Veja o que funciona com você, o que funciona para o gênero que escreve – mas não precisa se prender a isso! Sei que muitos romances são escritos em primeira pessoa, mas já li vários ótimos em terceira pessoa que me emocionaram tanto quanto.
E aí, o que achou desses 3 princípios da escrita criativa? Já conhecia essas técnicas?
Um grande abraço,
Julia
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