Tudo que você precisa saber sobre escrever histórias de terror

O gênero terror está cada vez mais tomando conta do mercado literário brasileiro, não só como preferência de leitores, mas também com a presença de autores nacionais que escrevem histórias de arrepiar. É normal que mais pessoas queiram entrar de cabeça nessas obras assustadoras, por isso é legal saber como escrever histórias de terror.

O estilo literário é antigo e possui várias subdivisões que podem confundir escritores. Então, vou explicar para vocês algumas características específicas do terror. Além disso, você vai descobrir se escrever terror é realmente para você.

Continue lendo para saber mais.

Uma breve história do terror

Há relatos de histórias contendo criaturas místicas e que causavam medo aos personagens em livros tão históricos quanto a Odisseia, de Homero. Na obra, Ulisses encontra várias bruxas e outros seres que lhe deixavam amedrontado.

Isso quer dizer que Edgar Allan Poe não criou o terror, só aperfeiçoou as histórias ao seu estilo gótico e melancólico. Esse terror gótico acabou se tornando um dos mais famosos e é lidos até hoje.

Elementos sobrenaturais, como espíritos malignos, foram introduzidos à literatura gótica também. Isso porque antes, mesmo com a presença de seres de outro mundo, não havia o conceito de sobrenatural por assim dizer. Afinal, tudo que era fora do comum era visto como vontade divina.

Com o passar dos anos, outros estilos de terror foram sendo criados. O terror psicológico, por exemplo, só se tornou conhecido no século XX, época em que as pessoas ficaram mais informadas e céticas. Ou seja, uma aparição, como um vampiro, não assustava tanto.

Também foi no século XX que histórias protagonizadas por serial killers ficaram mais famosas, justamente pelo fato de acreditarem que o terror pode ser algo real, que existe na sociedade.

Mas como escrever histórias de terror?

O terror é característico por causar uma reação física às pessoas. Em situações extremas, o cérebro pode liberar dopamina, que pode tanto gerar uma sensação prazerosa quanto desagradável, dependendo de quem a sente. É por isso que têm pessoas que gostam de sentir medo, enquanto outras ficam traumatizadas.

Como gênero literário, compreende obras que pretendem assustar e provocar pânico em que lê. A “função” desse estilo é literalmente fazer com que os leitores passem medo.

No entanto, como vários outros estilos literários, terror é subjetivo – afinal, eu não tenho medo de altura, mas tem gente que sim. No entanto, podemos listar os tópicos mais comuns que causam medo e que são geralmente explorados em histórias de terror :

  • Morte;
  • Doença;
  • Crimes;
  • Catástrofes naturais e;
  • Criaturas sobrenaturais.

Claro que a ambientação, o jeito que você escreve sobre esses tópicos, pode torná-los mais ou menos assustadores.

Geralmente, clichês funcionam muito bem – cemitérios, casas abandonadas, florestas obscuras… Esses são cenários que por si só causam apreensão nos leitores, o que os leva a acreditar que algo terrível está prestes a acontecer.

Como desenvolver o medo?

A técnica mais utilizada é a de descrever elementos e situações que não possuem explicação, como atentados à sanidade ou mesmo à vida da personagem principal. Mas desenvolver um cenário com elementos macabros também cria a sensação de medo e apreensão, mesmo que sejam clichês, como já falei acima.

Escrever em primeira pessoa também é uma boa maneira de deixar seus leitores assustados, pois o narrador consegue passar exatamente o que estava sentindo e expor suas dúvidas, fazendo o leitor questionar tudo que acontece na história. Afinal, ele só está lendo de um ponto de vista.

E o suspense?

Como você deve imaginar, terror e suspense andam lado a lado na literatura. Isso porque o suspense é o que cria a tensão pré-medo. É o que vai introduzir o leitor ao sentimento de terror, por assim dizer.

Escrever suspense significa trabalhar dando pouca informação para o leitor. É deixar ele pensando que o pior vai acontecer. É criar situações onde a resolução só será feita no final.

O que faz sua história ser considerada de terror?

Ao escrever histórias de terror, você pode criar demônios, fantasmas, vampiros, lugares mal assombrados, serial killers, psicopatas e qualquer outro tipo de criatura que assuste.

No entanto, não são os monstros que fazem um livro ser de terror.

O que assusta em uma história de terror é saber que coisas ruins podem acontecer com qualquer um de nós. Não importa quão bom sejamos.

A ideia por trás do terror ou do horror é pegar uma pessoa comum, com uma vida comum, e fazê-la vivenciar os piores pesadelos possíveis. Ou você nunca tinha reparado que os protagonistas de histórias de terror são sempre pessoas comuns?

Uma família normal que se muda para uma casa assombrada. Uma garota gentil que é sequestrada pelo psicopata. O rapaz trabalhador que é abduzido.

São pessoas como eu e você que vivem situações tensas, geralmente em lugares isolados e claustrofóbicos, em uma narrativa que tende a levar nossos nervos ao extremo, como se estivéssemos vivendo tudo na pele do protagonista.

Além disso, histórias de terror podem ter qualquer tom ou estilo, podem se passar em qualquer tempo ou lugar, e até mesmo ter diversos níveis extras de romance, mistério, aventura ou magia. Pode haver diferentes sub plots no enredo, desde que tenha as doses certas de terror e que o protagonista continue lutando para sobreviver.

Por que as pessoas gostam tanto de histórias de terror?

Já percebeu que mesmo que algumas pessoas morram de medo, não conseguem parar de ler um livro ou assistir a um filme de terror?

Pois é. Existem diversas explicações psicológicas para esse fenômeno.

De modo geral, as pessoas leem livros de terror ou suspense para sentir adrenalina de estar em uma situação de vida ou morte sem realmente estar em uma situação de vida ou morte.

Isso porque querem ter a experiência de confrontar seus pesadelos, enfrentar seus maiores medos e combater monstros assustadores no conforto e segurança da sua casa.

Ao escolherem um livro ou filme de terror, as pessoas estão basicamente falando: “Ok, aqui está o meu dinheiro. Quero sentir medo, então dê o seu melhor”.

E, assim como em outros subgêneros da ficção, você como autor ou autora do livro, precisa entregar a emoção que as pessoas estão esperando – no caso: medo, ansiedade, aflição, etc.

Para entregar essa emoção, você precisa incluir 10 coisas básicas na sua narrativa. Clique aqui para saber quais são.

Diferença entre terror e horror

Um livro de terror pode ser de horror ao mesmo tempo. O que os difere é as sensações que causam nos leitores:

  • Livros de terror despertam o sentimento de medo.
  • Livros de horror despertam o sentimento de repulsa ou nojo.

Sendo assim, é claro que uma única obra pode ser dos dois gêneros, mas também pode ser apenas de um. Eu, por exemplo, não tenho medo de cenas com muito sangue – eu só sinto repulsa, então para mim acaba se tornando algo do horror e não do terror.


O que achou dessas dicas? Já vai começar a escrever histórias de terror?

Se você ama esse gênero, sugiro dar uma olhada no meu podcast, Vigília Noturna. Lá, conto histórias de terror e falo mais sobre o gênero para quem gosta de ouvir.

Um grande abraço,
Julia


Comments

Uma resposta para “Tudo que você precisa saber sobre escrever histórias de terror”

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