lições sobre a escrita: dicas para evitar frustrações na sua carreira de escritora

não sei você, mas todo final de ano eu gosto de refletir no que eu poderia ter feito de diferente.

sorte sua!

porque agora vou te contar os erros que cometi em 2024 na minha carreira de escritora para que você os evite em 2025.

e, claro, para servirem de lembrete para mim mesma não cometê-los de novo, hehe.

vamos lá!

não aprendi a ser consistente

eu ainda não sei continuar uma newsletter toda semana.

não sei postar com frequência nas redes sociais.

e mal estou conseguindo escrever todos os dias.

esse ano, mais uma vez, passei por flutuações na minha consistência e não consegui me manter presente no mundo digital como eu gostaria.

o que vou fazer de diferente

na verdade, é algo que eu já comecei.

estou criando conteúdo com antecedência. preparando lançamentos e novas ações pelo menos 3 meses antes.

parece loucura, mas percebi que trabalhar com antecedência facilitou, e muito, a minha vida.

eu não crio conteúdo para todos os dias, mas já deixo uma boa parte pronta. assim, sei que vou ter conteúdo para postar, ainda que eu possa criar alguma coisa “na hora” (para participar de trends, por exemplo, ou compartilhar algo legal que eu vivi).

além disso, estou focando em metas de escrita menores, tipo escrever um capítulo por dia, ou escrever 10 minutos por dia, para não me sobrecarregar.

então, a dica é se planejar com antecedência e diminuir as metas.

não investi como eu devia em eventos

eu já participei de algumas bienais na minha vida, mas em 2024 eu fui para a bienal de Salvador e de São Paulo.

e percebi a diferença que faz a gente investir tempo e dinheiro nesses eventos!

em Salvador, fui totalmente despreparada, como geralmente vou. só avisei meus seguidores e apareci no evento na cara e na coragem. e não vendi quase nada de livro. 🤡

em São Paulo, fiz todo um trabalho de investir em banner, anúncio e permanecer mais horas no evento.

o que vou fazer de diferente

também já mostrei o que fiz de diferente, né? se quiser mais detalhes sobre a bienal de São Paulo, é só assistir a esse vídeo.

para os próximos eventos literários, vou seguir o mesmo esquema. banners. anúncios. brindes. passar o maior tempo possível em eventos.

porque não adianta nada eu pagar para viajar para alguma bienal e não ter o retorno de as pessoas, pelo menos, conhecerem meus livros.

já que é para ir, então vou fazer direito.

não fiz parcerias com influenciadores literários

influenciadores literários: tem quem ame, tem que odeie. já vi muitos escritores reclamando de trabalhos realizados em parceiras com booktokers, bookstagrammers, booktubers e por aí vaí.

mas eu devia ter trabalhado com esses influenciadores SIM, como já trabalhei em outros momentos da minha carreira.

não para gerar vendas (até porque esse não é o trabalho do influenciador), mas para gerar alcance.

eu quero as pessoas conhecendo meus livros, lembrando dos nomes das histórias. e só anúncio em rede social não faz isso, te garanto.

o que vou fazer de diferente

lembra da conversa do planejamento? então, eu já deixei anotadinho quando vou trabalhar com influenciadores ano que vem.

e, considerando que eu começo a programar com 3 meses de antecedência, já entrei em contato com eles, inclusive.

se quiserem, depois eu faço um conteúdo só sobre trabalhos com influenciadores literários.


é normal a gente errar. sei que, em 2025, vou cometer outros erros. mas o importante é aprender, não é mesmo?

quais erros você cometeu em 2024? vem conversar comigo na ​DM do Instagram.​

um grande abraço,

julia

Descubra as motivações dos seus personagens

Quando estamos criando personagens, precisamos saber quais as suas motivações para agir.

 

O que o fará ir em frente e atingir os seus objetivos? O que irá tirá-lo da sua zona de conforto? 

 

 Basicamente, há 4 tipos de motivações presentes nas histórias:

 

  1. Básicas;
  2. Nobres;
  3. Más e;
  4. Relacionadas ao medo.


Continue lendo para saber mais sobre cada uma delas. descubra a motivacao dos seus personagens

1. Motivações básicas

São as motivações vindas de necessidades básicas. Podem estar relacionadas a:

 

  • Sobrevivência
  • Pressão (social, familiar, amorosa, etc)
  • Curiosidade
  • Culpa
  • Desejo
  • Instabilidade


É um tipo de motivação muito presente em histórias com tema de distopia.

 

2. Motivações nobres

Estão mais relacionadas a sentimentos e emoções que, geralmente, nos movem. Podem ser relacionadas a:

 

  • Amor
  • Lealdade
  • Honra
  • Obediência
  • Vingança
  • Desigualdade
  • Descontentamento


São motivações bem comuns em histórias de ficção no geral.

  como criar personagens de ficção

Como criar personagens de ficção. Clique aqui e descubra.

 

3. Motivações más

São sentimentos não tão honrosos que movem o personagem, nesse caso. Por exemplo:

 

  • Ódio
  • Desonra
  • Orgulho
  • Ganância
  • Luxúria
  • Inveja


Normalmente, os vilões são movidos por essas motivações más.

 

4. Motivações relacionadas ao medo

O medo é um fator importante em questão de motivação dos personagens. Nesse tipo, podemos encontrar:

 

  • Medo de fracassar
  • Medo de morrer
  • Medo da humilhação
  • Medo da dor
  • Medo da rejeição
  • Medo da perda
  • Medo do arrependimento
  • Medo de sentir vergonha


Descubra do que o seu personagem tem medo e use essa motivação para fazê-lo seguir em frente, até a conclusão da sua história.   

 

 Escolha uma ou mais das motivações listadas para te ajudar a manter o foco do seu personagem até a resolução final da sua história. Use-as para guiar seu personagem até o objetivo que pretende alcançar.  

Ainda está faltando motivação pra você buscar pros seus personagens? Confira o curso Criação de Personagens de Ficção para ter acesso a mais dicas e conteúdo pra você aprimorar seu trabalho!

20 características comuns em livros best-sellers

Talvez você não tenha percebido isso, mas vários dos livros que são best-sellers possuem algumas características parecidas em suas histórias.

 

É claro que um bom trabalho de marketing garante maior quantidade de vendas, porém a qualidade do texto afeta esses números.

 

E é nesse texto que encontramos os pontos em comum com vários best-sellers do mercado.

 

Continue lendo para descobrir quais são e verificar se sua história possui algum (ou todos) eles. 

Obras que vendem possuem uma ou mais dessas características:

  1. Lembram que podemos fazer a diferença no mundo;
  2. Trazem viradas inesperadas;
  3. Aumentam nossa capacidade de acreditarmos que podemos realizar grandes coisas;
  4. Nos lembram que a vida é curta;
  5. Inspiram a agir;
  6. Falam que nossos sonhos são possíveis;
  7. Conduzem a uma longa jornada;
  8. Apontam a importância das coisas simples da vida;
  9. Revelam um grande segredo;
  10. Mostram um novo ponto de vista;
  11. Surpreendem seus leitores;
  12. Nos encorajam a nunca desistirmos;
  13. Confirmam nossas suposições;
  14. Desafiam nossas suposições;
  15. Educam enquanto entretêm;
  16. Fazem chorar de alegria ou de tristeza;
  17. Nos fazem sorrir de alguma forma;
  18. Mostram que o fraco pode derrotar o mais forte;
  19. Lembram que há algo além do que conhecemos;
  20. Mostram que somos únicos.

Ou seja, nessa lista, a maioria dos pontos fala sobre a mensagem que as histórias passam.

 

Você pode escrever uma ficção científica, um romance ou um terror. O gênero não importa, desde que a mensagem do seu livro toque as pessoas de alguma maneira.

 

Seu livro possui algumas dessas características?

Se ainda não possui e quer aprender mais sobre como aprimorar sua escrita, acesse o curso O Caminho do Escritor e vamos transformar seu livro no próximo best-seller do ano!!

O que fazer antes de publicar o seu livro como autor(a) independente?

Se você está aqui, é porque terminou ou está terminando sua obra. Depois de semanas, possivelmente meses, escrevendo sua história, está chegando a hora de pensar no próximo passo: o que fazer antes de publicar seu livro como autor(a) independente?

 

Porque, ao contrário do que muitos pensam, não é simplesmente lançar sua obra na Amazon que vai te garantir um best-seller. Há vários passos e planejamentos para fazer isso acontecer. E é isso que vou mostrar para você nesse post. 

 

Continue lendo para descobrir o que fazer antes de lançar seu livro.

Revisão


Eu sempre pego nessa tecla de que é necessário revisar muito bem o seu texto antes de publicá-lo. Melhor ainda se você conseguir pagar um revisor profissional para fazer isso, pois garantirá melhor qualidade para sua obra. Revise uma, duas, três vezes sua história. Faça as alterações necessárias. Corrija todos os erros de português. É a coisa básica que você precisa fazer antes de publicar qualquer coisa.

Como criar personagens de ficção. Descubra clicando aqui.

Diagramação


Como autor(a) independente, você precisa saber diagramar seu arquivo antes de publicá-lo, de modo que seus leitores tenham a melhor experiência possível.

 

É importante ressaltar que a diagramação de textos varia de acordo com o formato de publicação. Ou seja, se você vai ter o livro somente em e-book, precisará organizar os capítulos, parágrafos e fontes de forma diferente do que em livros físicos.

Aprenda a vender seus livros no Instagram. Clique aqui.

Divulgação


Ah, chegou a hora que muitos autores falham: a hora da divulgação da sua obra. Quais serão os canais que você irá utilizar para compartilhar informações do seu livro? Que tipo de conteúdo será produzido para divulgar seu trabalho? Você vai fazer parcerias? E melhor: você já está montando sua base de leitores e fãs, para que eles comprem tudo o que você lançar?

 

A divulgação é tão trabalhosa quanto importante, pois você precisa ter o mínimo de conhecimento de marketing digital. Eu, por exemplo, divulgo muito conteúdo gratuito, tanto voltado para escritores, quanto para leitores – até porque autores são leitores. Publico contos em plataformas gratuitas, tipo o Wattpad ou até mesmo aqui no blog. Faço vídeos dando dicas, conto do meu dia a dia como escritora. É uma estratégia de longo prazo, pois estou construindo minha base de leitores aos poucos e acolhendo cada vez mais fãs.

 

Raramente você vai ver alguma divulgação pesada das minhas obras, pois prefiro fazer isso de maneira sutil. No entanto, essa foi a estratégia que eu escolhi.

 


 

Espero que esse post tenha te ajudado a entender melhor todas as fases da produção do conteúdo. 

 

Um grande abraço,

Julia

Antes que me esqueça, você também pode conferir algumas das minhas obras através desse link!!

3 coisas que você precisa fazer na hora de revisar o primeiro rascunho do seu livro

Revisar o primeiro rascunho só precisa ser uma tarefa complicada se você não usar esses 3 passos simples. 

Introdução

Então você terminou o primeiro rascunho do seu livro. O que fazer agora?

 

O seu primeiro rascunho nunca deve ser considerado a única versão do seu livro.

 

É necessário revisar, editar e reescrever, em alguns casos. Por isso, após terminar essa primeira escrita, você precisa fazer 3 coisas na hora da revisão:

 

  1. Pensar nas mudanças;
  2. Corrigir a gramática e;
  3. Enxugar o manuscrito

 

Vou falar um pouco mais sobre cada um desses passos neste post.

1. Pense nas mudanças

A primeira coisa a se fazer depois de terminar o primeiro rascunho e pedir a opinião de outras pessoas.

 

Procure leitores betas ou contrate uma leitura crítica (deixei o link de uma ótima profissional para você fazer um orçamento com ela). Essas pessoas te darão ideias do que precisa ser mudado ou não.

 

Você também já pode ter ideias próprias do que gostaria de mudar, tirar ou acrescentar, tenho certeza. Anote todas elas para não esquecer e depois confira para ver se os feedbacks dos leitores batem com o que você esperava ou se há ainda mais mudanças a serem feitas.

 

Após isso, você vai refazer as anotações para acompanhá-las na hora de revisar o livro. Na segunda versão, já inclua essas mudanças.

2. Corrija a gramática

Nem sempre vamos acertar toda a gramática de uma vez no primeiro rascunho.

 

Pode ser que você encontre palavras faltando, ou escritas erradas. Também é comum confundirmos os tempos verbais, portanto atenção dobrada nisso! Se você for como eu, também vai encontrar palavras que não seguem plural e singular em uma única sentença, ou pode até mesmo ter feito algumas confusões de gênero ao descrever pessoas e objetos.

 

Está tudo bem. Sério, ninguém espera que o seu primeiro rascunho seja perfeito. É justamente por isso que você vai revisar e reescrever mais de uma vez (pode ser que você repita esse processo duas, três, quatro vezes, e por aí vai).

 

O importante é dar uma olhada nos errinhos que você pode ter deixado escapar na primeira versão da sua história. 

3. Enxugue o manuscrito

Existem dois tipos de autores: aqueles cujo primeiro rascunho é pequeno, e depois precisa acrescentar cenas para deixar o livro mais denso e emocionante, ou aquele cujo primeiro rascunho é simplesmente gigantesco.

 

Eu me encaixo no primeiro grupo. Os manuscritos dos meus livros são minúsculos, eu simplesmente escrevo as ideias principais. É só depois que vou incluir mais informações e deixar os personagens mais carismáticos.

 

No entanto, mesmo eu tendo que acrescentar coisa, também preciso tirar. E você vai precisar também!

 

Nas primeiras versões, muitas vezes incluímos cenas que não precisavam estar ali. Ou que não fazem muito sentido para a trama e só estão atrapalhando o fluxo de ideias.

 

E isso acontece em qualquer tipo de manuscrito, os longos ou pequenos.

 

Depois de terminar de escrever, espere um tempo para reler. Tenho certeza que você vai encontrar cenas que não pertenciam ou não se encaixavam na sua história naquele momento.

 

Novamente: está tudo bem.

 

Seja bem crítico com sua obra e corte sem dó. De cenas à frases, parágrafos ou até mesmo diálogos. Quanto mais enxuto, melhor. 

E aí, já anotou essas dicas para começar a revisar seu livro?

 

Depois me conta se esses passos te ajudaram a deixar sua obra ainda mais incrível. Eu tenho certeza que sim, mas também quero saber sua opinião.

 

Um grande abraço,

Julia

 

 

30 prompts de escrita para você desbloquear sua criatividade

Você já sentiu vontade de escrever mas não sabia exatamente o quê escrever? Então esse post é para você.

Introdução

Por muitas vezes, já senti saudade de escrever alguma coisa, mesmo saber exatamente o quê.

 

Nessas horas, me sentia frustrada e culpava o temível bloqueio criativo. Talvez ele seja mesmo o culpado, mas saiba que já maneiras de driblá-lo e desbloquear sua criatividade para criar textos cada vez mais incríveis.

 

Esse é um post um pouco diferente do que estou acostumada a fazer, pois aqui vou trazer 30 ideais de escrita. Ou prompts, se você quiser o nome mais oficial e em inglês. 

 

Lembrando que eu tenho um livro gratuito com vários outros exercícios de escrita desse estilo disponível no Wattpad. Se você tiver interesse em conhecer, clica aqui.

O que são prompts de escrita?

Prompts de escrita nada mais são do que ideias. 

 

 

Pois é, ideias de escrita que podem vir em forma de texto, imagem, som, vídeo ou qualquer outra mídia que você preferir. 

 

Por exemplo, posso te dar a ideia de escrever sobre uma pessoa que acabou de morrer. E aí vai sair da sua imaginação o como escrever isso, eu só te dei um tema, por assim dizer.

 

E é isso que você vai encontrar aqui: ideias, temas do que escrever. Vão ser 30, um para cada dia do mês, para você exercitar sua escrita todos os dias e melhorar essa habilidade.

(Des)Bloqueio Criativo. Cliquepara ter acesso a mais 40 exercícios de escrita criativa gratuitamente.

30 prompts de escrita

01 – Escreva uma cena sobre a perspectiva de um gato

02 – Descreva a casa da sua avó (quando não estiver nela, para exercitar sua memória!)
03 – Se coloque no lugar de uma pessoa que viveu algum momento histórico
04 – Crie uma história para um gênero que você nunca escreveu antes
05 – Escreva só com diálogos
06 – Crie uma história com base na sua música preferida
07 – Descreva um lugar que só exista na sua mente
08 – Conte uma história que se passa em um lugar que você gostaria muito de visitar
09 – Escreva uma carta para uma pessoa que você ama
10 – Reescreva um conto de fadas, reinventando-o para a sua realidade
11 – Anote um sonho e escreva sobre ele
12 – Crie um super herói novo
13 – Baseie sua próxima história em uma obra de arte
14 – Recrie uma memória de infância em forma de história
15 – Pegue o livro que você está lendo, abra na página 15 e comece uma nova história usando a primeira frase do primeiro parágrafo dessa página
16 – Imagine que cores tenham gosto e descreva a cor escolhida usando apenas adjetivos relacionados a comida, sem dizer qual é essa cor
17 – Escreva uma cena que se passa em uma praia 
18 – Pense em uma pessoa que você não gosta e escreva uma cena usando ela como protagonista. Tente se colocar no lugar dessa pessoa na hora de escrever 
19 – Escreva sobre como você se sente escrevendo
20 – Pegue uma quote ou citação que você goste e escreva algo baseado nela
21 – Descreva o que nós sentimos quando tomamos café
22 – Escreva uma cena do ponto de vista de uma criança de 6 anos
23 – Escolha uma data comemorativa e escreva uma história que se passe nesse dia específico ou que tenha essa data como plano de fundo
24 – Pegue dois livros aleatório da sua estante e leia a primeira página de um, e a última página de outro. Sua história precisa começar como o primeiro começa e terminar como o segundo termina. De alguma forma, faça esse começo e fim fazer sentido
25 – Peça para seus familiares e/ou amigos te falarem uma palavra cada. Depois de ter juntado 5 palavras aleatórias, escreva uma história e encaixe todas elas de alguma forma
26 – Descreva um mundo em que o céu não seja azul, mas sim roxo
27 – Crie um personagem com a profissão mais sem graça que você conheça e faça ele se destacar nesse mercado
28 – Imagine que os pagamentos das coisas sejam feitos através de anos de vida, não de dinheiro, e descreva como seria esse mundo
29 – Converse com uma pessoa que você vê todos os dias mas nunca deu um oi e transforme a conversa em texto
30 – Abra um site de notícias e use a manchete do dia como tema para o seu texto
 
30 prompts de escrita

Uma dica é fazer textos curtos todos os dias seguindo esses temas para treinar sua escrita.

O que acha de fazer o desafio dos 30 dias e depois compartilhar comigo seus resultados? Eu com certeza vou fazer!

Um grande abraço,

Julia

Como estruturar um romance em 3 atos

Talvez você já tenha ouvido falar que a melhor forma de escrever um romance é estruturando-o em 3 atos.

Essa “receitinha” existe para facilitar a vida de escritores. Assim, conseguimos montar a base de um romance sem quebrar muito a cabeça.

Claro que não é uma regra universal, mas geralmente um romance em 3 atos garante mais sucesso ao escritor, justamento por ser algo conhecido dos leitores – mesmo que eles nem percebam essa estrutura.

Mas como ela funciona?

Continue lendo para descobrir como estruturar um romance em 3 atos.

Primeiro Ato

Este primeiro ato refere-se a introdução geral do contexto do livro. Quem são os personagens, onde a história se passa, qual a ideia geral da trama.

Este ato é dividido em:

  • Estágio 1
  • Ponto de virada 1
  • Estágio 2
  • Ponto de virada 2

Estágio 1 (ou introdução)

Como o nome já diz, é a introdução da história. Diz-se que o estágio 1 compõe até 10% do livro.

Nessa parte, você deve apresentar os personagens principais, o local da história e o contexto geral do que o seu protagonista irá viver.

Ponto de virada 1 (ou oportunidade)

Neste momento, um evento importante acontece e muda a vida do protagonista.

Estágio 2 (ou nova situação)

Durante essa parte do livro, mostre como a vida do personagem mudou. Pode ser tanto para o bem, quanto para o mal.

O seu protagonista ainda está se acostumando com as mudanças, no entanto. Mas tem confiança que terá sucesso em qualquer que seja o seu objetivo.

Há alguns pequenos problemas que surgem nessa parte, porém nenhum que abale totalmente o protagonista. Ou seja, ele continua em frente com sua jornada.

Ponto de virada 2 (ou mudança de planos)

Chegamos a 25% do seu livro. E é nesse momento que a vida do personagem muda mais uma vez, porém de forma definitiva.

O desejo do personagem se transforma em um objetivo concreto e bem definido.

Segundo Ato

Essa é a parte que mais gosto nos livros. Até brinco, falando que é a parte das tretas.

Já dá pra imaginar que a maioria dos conflitos acontecem aqui, não é?

O segundo ato é dividido em:

  • Estágio 3
  • Ponto de virada 3
  • Estágio 4
  • Ponto de virada 4

Estágio 3 (ou progresso)

Depois de definir o segundo ponto de virada, até mais ou menos a metade do livro temos a presença do estágio 3.

Nessa parte, os planos do protagonista começam a dar resultado. Ele está cada vez mais perto de conseguir conquistar seu objetivo e segue confiante, mesmo com alguns conflitos pelo caminho.

Ponto de virada 3 (ou ponto sem retorno)

Chegamos a 50% do livro. Neste momento, seu personagem tem a chance de desistir de tudo e voltar para como sua vida era antigamente.

No entanto, ele decide continuar. Algo faz com que ele se comprometa ainda mais em conquistar seu objetivo. Ao escolher esse caminho, não há mais volta. Sua vida nunca será como antes.

Estágio 4 (ou complicações e riscos)

Como o protagonista decidiu seguir em frente, ele percebe que as coisas estão ficando cada vez mais difíceis para alcançar seu objetivo.

Lembra que eu falei de treta? Então, é aqui que as coisas começam a acontecer e o leitor, a temer pelo personagem principal.

Os conflitos crescem e parece que o protagonista não vai conseguir conquistar o que queria, no final.

Ponto de virada 4 (ou o Grande Revés)

Chegou o grande momento: protagonista e antagonista finalmente se enfrentam. No entanto, tudo parece estar perdido. Nosso personagem pode não conseguir, afinal.

Resta jogar sua última carta, fazer o último movimento, para ver o que vai acontecer.

Terceiro Ato

Já estamos quase terminando o livro neste ponto. 75% do enredo está pronto, só precisamos finalizar.

Como fazer isso? Incluindo:

  • Estágio 5
  • Ponto de virada 5 e
  • Estágio 6

Estágio 5 (ou reta final)

Seu protagonista está esgotado. No entanto, precisa usar todas as suas forças para atingir seu objetivo.

A narrativa fica mais rápida, mais acelerada. Os riscos são extremos. Parece que nada dá certo para o seu personagem.

Ponto de virada 6 (ou clímax!)

Chegamos ao ponto decisivo entre protagonista e antagonista. Mais ou menos como a luta final. Ou o plot twist marcante. Já estamos em 99% do livro nesse momento.

Não sei como você irá criar sua história, mas neste instante é sempre legal fazer o protagonista vencer. Não necessariamente derrotar o antagonista por completo, especialmente se seu livro possui continuações, mas pelo menos fazê-lo ganhar essa batalha.

Estágio 6 (ou a conclusão)

Muito bem, seu livro chegou ao final. Hora de concluí-lo de maneira que mostre ao leitor como seu personagem se transformou após todos os acontecimentos dessa jornada.

Lembre-se que finais para livros que possuem sequência devem ser um tanto diferentes, de forma a incitar o leitor a continuar lendo as demais obras para obter todas as respostas que precisa.

Já em volumes únicos, é legal tentar não deixar nenhuma ponta solta ao finalizar a história.


Essa estrutura serve para qualquer gênero que você escolha escrever, com certas adaptações, mas é claro que você não precisa seguir tudo à risca.

Como falei, essa é uma base comum em vários livros, inclusive best-sellers, que pode te ajudar a estruturar um livro de maneira eficiente.

O que fazer antes de começar a escrever o primeiro capítulo

Muitas vezes a animação de começar a escrever uma história é tanta, que, quando percebemos, na verdade não fazemos ideia do que, exatamente, queremos escrever.

Pode ser que você tenha só uma ideia geral, só o personagem principal ou até mesmo só o final do seu livro…

Então, para te ajudar a se organizar, vim te contar o que você pode fazer antes de começar a escrever o primeiro capítulo do seu livro. Assim, você consegue aproveitar melhor o seu tempo de escrita.

Continue lendo para descobrir.

Lembrando que esse post foi escrito com base no meu checklist gratuito: da ideia à publicação. Nele, você encontra tudo o que precisa para concretizar sua ideia, escrever seu livro e publicar sua obra.

Vamos ao que fazer antes de começar a escrever seu primeiro capítulo?

Invista tempo na preparação

Recomendo sempre estruturar sua história antes de começar a escrever para você ter uma boa ideia de como irá desenvolver a trama.

Portanto pense no cenário e no tempo em que sua história se passa. Também escolha o tipo de narração que você irá usar – primeira, segunda ou terceira pessoa, com mais de um narrador etc.

Crie seus personagens. Para isso, você pode usar um guia ou até mesmo investir em um curso, para torná-los mais realistas.

Por fim, pense nos conflitos principais e secundários. Quais serão as coisas que irão atrapalhar seu protagonista durante a trama?

Imagine o final

Nem sempre sabemos como a história irá acabar, mas tente imaginar alguns finais possíveis para o enredo.

Tudo vai dar certo para o protagonista? O que ele vai perder? Haverá algum confronto final que decidirá o seu destino?

Anote todas as possibilidades, isso te ajudará a guiar seus capítulos para um fim surpreendente.

Teste os começos

Outra dica para iniciar sua história de maneira que faça seu leitor querer continuar a lê-la é testando começos.

Pense em diferentes cenários para o início. Veja se é melhor já começar com uma cena de ação ou com uma reflexão, por exemplo.

Tenha uma conversa com o protagonista

Pare alguns instantes e se imagine conversando com o protagonista. Na hora de você criar o seu personagem, identifique seus medos, seus objetivos na história, conheça sua personalidade.

Isso vai te ajudar a entender como o livro irá se desenrolar.


Esses passos vão ajudar os escritores mais perdidos, que não têm muita ideia de como começar, mas também servem até para os mais experientes.

Espero que tenham gostado!

Porque escrever literatura com representatividade (+ bônus de 3 passos de como fazer isso)

Foi-se o tempo em que todos os personagens eram lindos, altos, loiros e de olhos azuis (ainda bem!).

Nossos leitores estão buscando representatividade e com razão. Assim como autores não-brancos e fora do padrão estão ganhando cada vez mais destaque no mercado.

E é por isso que que quero saber: você escreve uma literatura que representa seus leitores?

Você cria personagens reais, com defeitos, não-brancos e corpos fora do padrão?

Independente se a resposta for sim ou não – e se for não, por favor considere mudar isso de verdade -, hoje trouxe três dicas de como incluir representatividade na sua literatura, especialmente em seus personagens.

Antes de começar as dicas, gostaria de falar um pouco sobre os diferentes tipos de representatividade:

Feminista

Querendo ou não, mulheres ainda enfrentam um grande preconceito dentro do mundo literário. Muitas vezes, somos vistas apenas como competentes para escrevermos livros do gênero do romance, como se o amor só pudesse ser falado de uma perspectiva feminina.

Ainda estamos entrando no mercado como profissionais bem pagas. Um estudo de 2019 revelou os escritores mais bem pagos do mundo:

  1. J.K. Rowling: US$ 92 milhões

2. James Patterson: US$ 70 milhões

3. Michelle Obama: US$ 36 milhões

4. Jeff Kinney: US$ 20 milhões

5. Stephen King: US$ 17 milhões

Sendo que J.K. precisou criar um pseudônimo masculino para lançar seus livros de conteúdo mais adulto.

Não estou criticando o valor do trabalho dos autores masculinos da lista, mas isso mostra o que ainda precisamos incluir novas autoras no ranking (até porque é bem ruim mantermos uma autora transfóbica no topo dessa lista, né?).

Racial

Quantos personagens não-brancos você coloca como protagonista em seu livro? Quantos autores não-brancos você lê ou vê destaque na mídia?

Vamos pegar a mesma lista de autores mais bem pagos do mundo. Dos 5, uma é uma escritora não-branca. E será que Michelle estaria nessa lista se não fosse esposa de um ex-presidente?

Por que essa não poderia ser uma lista muito mais racializada? Temos autores incríveis de descendência asiática, negra, indígena… Então por que nossas estantes ainda são permeadas por autores brancos?

Isso é uma coisa que quero mudar, tanto do conteúdo que leio quanto como do que escrevo.

Sexualidade

Coloco o mesmo ponto do argumento de cima aqui: quantos livros com protagonistas LGBT+ você tem na sua estante? Quantas são histórias que não falam nada sobre a descoberta da sexualidade? Quantos autores LGBT+ você conhece?

As pessoas são gays. E lésbicas, e bissexuais, e trans e de todos os tipos fora do padrão hétero cis. Então por que seus personagens não devam ser também?

Por que não ler autores dessa comunidade?

Corpo fora do padrão

Você tem algum protagonista gordo? Que o problema da vida dele não é ser gordo, é, sei lá, salvar o mundo?

Pois é. Se é difícil vermos personagens negros, indígenas, gays ou trans ou o que seja, mais difícil ainda é ver personagens gordas.

Mas acontece que corpos fora do padrão existem e até ouso dizer que são mais comuns do que o padrão que a sociedade impôs. Então por que não explorar essas formas e colocar na sua narrativa?

Personagens com deficiência

A Flipop 2020 teve debates maravilhosos sobre representatividade na literatura e a que eu mais gostei foi a mesa Ninguém é só uma coisa, porque pude entender mais da vivência da Rebeca Kim, escritora cadeirante.

E senti vergonha ao perceber que eu jamais havia lido nada com protagonista com deficiência. Pior ainda: nunca havia sentido falta dessa representatividade na literatura.

O que gostei da fala dela é que autores deficientes existem também. E quantos estão tendo visibilidade?


Quis trazer esses tópicos para percebermos que a representatividade é plural e ampla. Ela pode estar muito mais presente na literatura do que o que vemos hoje.

Então qual dessas você vai passar a ler ou a incluir nos seus livros?

Agora, às dicas…

Depois de entender os tipos de representatividade, vamos às dicas para saber como escrevê-las melhor?

1. Se você não faz parte do grupo de representatividade, pesquise muito

Isso significa acompanhar influenciadores não-brancos, PcDs, mulheres ou LGBT+. Não somente escritores ou do mundo literário, mas de todas as áreas. Essas pessoas costumam compartilhar suas vivências como pessoa racializada, mulher, LGBT+ ou PcD e isso significa que você pode entender muito mais do mundo dessa pessoa.

Converse com essas pessoas, pergunte, mostre seu rascunho para elas para ver se você não está escrevendo nenhuma abobrinha. Saia da sua bolha e conheça outras realidades. Se coloque na pele dessas pessoas.

O segredo para escrever representatividade, sendo uma pessoa cis hétero (como é o meu caso), por exemplo, é ter empatia.

2. Evite caricaturas

Uma coisa que acontece com frequência é autores colocarem personagens que geram representatividade mas que surgem como caricaturas do que essas pessoas realmente são.

Quantas vezes não conhecemos o melhor amigo gay super afeminado que só está na história para ser cômico? Ou a amiga gorda que só serve para fazer piada? Ou o homem negro que morre e vira um mártir para o protagonista branco lutar contra o sistema?

Pois é, são os piores clichês que você pode incluir nas suas histórias.

3. Não ocupe o lugar de falar de ninguém

Eu sou a favor de usar a literatura como forma de expressão e como maneira de mostrar as realidades do mundo de modo artístico. Isso significa que você pode criar o que quiser, da forma como quiser, no entanto com alguns cuidados.

Escrever uma protagonista lésbica, como eu fiz no meu livro Se Eu Fosse Um Clichê, é diferente de tomar para mim o lugar de fala da comunidade lésbica. Não posso sair gritando aos quatro cantos que meu livro retrata exatamente a vivência de uma adolescente lésbica, nem posso usar isso como meu porta-bandeira. Não é meu lugar de falar comentar sobre o preconceito que essas mulheres vivem, nem sobre suas dificuldades e desafios.

Eu pesquisei muito para conseguir escrever o livro e deixá-lo de uma forma que não fosse pejorativa. Em nenhum momento me posicionei de forma a ocupar o lugar dessas mulheres. Não pretendo me colocar como especialista no assunto nem ficar opinando sem embasamento.

Entende a diferença entre contar uma história do ponto de vista de uma pessoa que tem outra vivência que a sua e tomar seu lugar de fala?


E agora, você entende a importância da representatividade na literatura? Que tal começar a incluir mais na sua?

4 dicas para escrever cenas de luta

Cenas de ação: minhas maiores inimigas. Vou te contar que para mim sempre foi muito difícil criar uma ambientação para passar o sentimento certo de luta, mas depois de estudar bastante, consegui encontrar um sentido para isso.

Acontece que, para mim que não entende nada de armas, posições de ataque e defesa, artes marciais e qualquer outra coisa que tenha a ver com lutas, é difícil montar uma cena que prenda o leitor. Ou até que faça sentido.

Pensando nisso, estudei durante um bom tempo para transformar essas cenas em algo mais simples de serem escritas. E foi assim que resumi tudo em 4 dicas básicas para escrever cenas de luta.

Continue lendo para descobrir.

1. Mostre o ponto de vista do protagonista

Isso parece meio óbvio, especialmente se você está escrevendo em primeira pessoa, porém é importante para o leitor entender as percepções do personagem principal.

Quais riscos ele está percebendo? Quais as chances de vitória? Ele vai tentar escapar? Por onde?

Escrever dilemas internos, que fazem o protagonista questionar se devem lutar ou partir, como ele se imagina vencendo, quais golpes ele pretende dar, criam ansiedade no leitor e, por isso, eles leem a cena até o final. Especialmente se tudo der errado e todos os planos que o protagonista fizer for por água abaixo.

2. Escolha as palavras estrategicamente

Isso significa que optar por palavras mais fortes e curtas darão sensação de rapidez e brutalidade para a luta, tornando-a mais real.

Soco, chute, agarrar, são palavras mais agressivas, que passam sensação de desconforto. Sopapo, segurar, encostar são palavras mais suaves e podem não transparecer a gravidade das ações.

Portanto, saiba escolher as palavras certas para ambientar melhor a cena de luta.

3. Não se prolongue

Em seu livro, uma luta pode durar 24 horas ou mais, porém você não precisa escrever cada detalhe da batalha que acontece durante todo esse tempo.

Foque nos combates principais, bem como as mortes (se houverem) que mais afetarão a história. Uma cena de luta muito longa pode cansar o seu leitor.

4. Interprete as ações

Muitas vezes, interpretar a ação que você escreveu te ajuda a ter uma perspectiva melhor da cena, além de mostrar se a ação descrita é fisicamente possível.

Não sabe o que seu personagem fará a seguir? Levante da cadeira e tente recriar a cena usando seu corpo. Só tome cuidado para não se machucar.


Com essas dicas, suas cenas se tornarão mais realistas e manterão seus leitores vidrados, querendo saber quem irá vencer a luta.