escrevo para mudar o mundo. leio para mudar a mim. compartilho dicas de escrita para escritores que desejam alcançar cada vez mais leitores com as suas histórias. falo sobre livros, literatura, e tudo relacionado a isso.
Mostrar sentimentos, ações e estados de espírito dos seus personagens é melhor do que falar como eles se sentem.
Quanto mais mostramos, através de ações e descrições, mais fluída se torna a leitura.
Há simples ações que podemos utilizar para descrever personagens quando estão cansados. Separei algumas abaixo:
Não estão conseguindo se concentrar;
Bocejam com frequência;
Estão irritadiços;
Estão com ombros caídos;
Falam embolado;
Esfregam os olhos;
Possuem olheiras;
Estão com os olhos pesados;
Se espreguiçam;
Estão com a cabeça baixa.
Tente usar algumas dessas ações ao invés de dizer que seu personagem está cansado para melhorar a escrita do seu texto.
E se curtiu essas dicas, tem muito mais como essas no curso Criação de Personagens de Ficção, que vai te ajudar a aprimorar cada vez mais seus personagens!!!
No jeito como ela agiria para chamar a atenção do(a) crush;
Na forma como ela dança;
Nas suas habilidades físicas – é um bom corredor, bom nadador, se canta bem etc.
Utilize essas ideias da lista para dar mais vida às suas personagens e conquistar leitores sem precisar ficar falando o que cada personagem está sentindo.
Algumas vezes nos deparamos perdidos, sem saber como criar personagens excepcionais e que gerem empatia com os leitores.
Está tudo bem – isso acontece mesmo.
Mas não quer dizer que não exista pequenos truques que prometem facilitar sua vida na hora de criar personagens.
Se você quer saber quais são, continue lendo para descobrir a lista de 5 dicas que tornarão suas personagens mais interessantes.
1. Faça bom uso do seu hábito ruim
Fica mais fácil desenvolvermos uma personalidade única se nossas personagens – especialmente os protagonistas – tiverem um pouco de nós.
Por isso, minha dica é: liste seus próprios hábitos ruins e inclua pelo menos um deles na características da sua personagem principal.
Pode ser fumar, comer quando está ansioso, se preocupar demais, procrastinar… Qualquer coisa que você tenha muita domínio – ou seja, que seja um defeito seu.
Mas atenção: pode ser difícil admitir certos defeitos, por isso é importante ter autoconhecimento na hora de escrever. Ou, no fim, a escrita se tornará a sua jornada de autoconhecimento…
2. Aproveite: ninguém está olhando
Está difícil desenvolver a personalidade da sua personagem? Uma técnica que recomendo utilizar é: escreva o que sua personagem faz quando ninguém está olhando.
E não poupe detalhes, por mais sórdidos que eles possam ser!
Se sair algo legal desse exercício, coloque uma cena dessas na história. Se não ficar, pelo menos você passou a conhecer sua personagem um pouco mais.
3. Inspire-se no que já existe
Outro exercício para soltar a criatividade e desenvolver personagens distintas, é inspirar-se em suas personagens preferidas de séries ou filmes.
Quando tiver alguém em mente, escreva uma cena de revelação, lembrando sempre de mostrar, não dizer.
Provavelmente você conhece essa personagem muito bem e saberá criar uma cena desse tipo. Depois, replique o exercício para sua própria protagonista.
4. Menos é mais – mesmo que seja coisa boa
Sim, todo mundo gosta de personagens complexas e profundas, mas isso não quer dizer que você deva revelar uma pessoa completa em seu livro – até porque isso é praticamente impossível.
De qualquer forma, todos nós temos qualidades e adjetivos que nos caracterizam. Então escreva uma lista completa das que remetem à sua personagem.
Quanto terminar, vá cortando os que você achar menos interessantes até ter 3 ou 4 itens para focar na história.
Infelizmente não conseguimos colocar todas as nuances da nossa personagem e qualidades demais a farão parecer menos humana.
No entanto, ao focar em uma pequena quantidade de adjetivos para caracterizá-la durante o enredo, você passa a ideia principal da sua personalidade e ainda garante conexão com seu leitor.
5. Todo mundo fez algo que se arrepende
Inclusive sua personagem.
Escreva qual a decisão que sua personagem mais se arrepende de ter tomado, assim como a explicação do porquê tê-lo feito.
Essa é uma ótima maneira de encontrar um motivo para sua personagem ser do jeito que é, criar contexto ou explicar o seu passado.
Faça bom uso desse arrependimento!
Se você gostou dessas dicas, não esqueça de compartilhar nas redes sociais e com seus amigos escritores.
Para quem não lembra, voz passiva é aquela em que o objeto direto se torna sujeito e sofre uma ação.
Por exemplo:
A carta foi enviada.
A refeição foi preparada.
O carro foi ligado.
Obviamente, essas frases não estão erradas. Aliás, são muito comuns. No entanto, podem acabar estragando o seu texto.
Continue lendo para saber como.
A voz passiva pode acabar com o ritmo do seu texto, não importa se seja parte de um livro, artigo ou até mesmo um post em um blog.
Vamos comprar as vozes passiva e ativa para entendermos melhor:
A voz passiva pode ser evitada para que a frase não seja escrita de maneira cansativa. (Voz passiva.)
Evite usar a voz passiva, pois sua frase se torna cansativa. (Voz ativa.)
Percebe a diferença?
A voz passiva deixa o texto lento e as frases, muito longas. Prefira sempre a voz ativa, especialmente nessa era de internet, em que temos acesso a muitos conteúdos diariamente.
Os leitores buscam objetividade, e a voz passiva é antônimo disso.
Para mais dicas como essa, confere esse livro na Amazon com um conteúdo fácil e prático pra você entender um pouco mais sobre a gramática na literatura e como usá-la a favor de seus personagens!
Talvez você não tenha percebido isso, mas vários dos livros que são best-sellers possuem algumas características parecidas em suas histórias.
É claro que um bom trabalho de marketing garante maior quantidade de vendas, porém a qualidade do texto afeta esses números.
E é nesse texto que encontramos os pontos em comum com vários best-sellers do mercado.
Continue lendo para descobrir quais são e verificar se sua história possui algum (ou todos) eles.
Obras que vendem possuem uma ou mais dessas características:
Lembram que podemos fazer a diferença no mundo;
Trazem viradas inesperadas;
Aumentam nossa capacidade de acreditarmos que podemos realizar grandes coisas;
Nos lembram que a vida é curta;
Inspiram a agir;
Falam que nossos sonhos são possíveis;
Conduzem a uma longa jornada;
Apontam a importância das coisas simples da vida;
Revelam um grande segredo;
Mostram um novo ponto de vista;
Surpreendem seus leitores;
Nos encorajam a nunca desistirmos;
Confirmam nossas suposições;
Desafiam nossas suposições;
Educam enquanto entretêm;
Fazem chorar de alegria ou de tristeza;
Nos fazem sorrir de alguma forma;
Mostram que o fraco pode derrotar o mais forte;
Lembram que há algo além do que conhecemos;
Mostram que somos únicos.
Ou seja, nessa lista, a maioria dos pontos fala sobre a mensagem que as histórias passam.
Você pode escrever uma ficção científica, um romance ou um terror. O gênero não importa, desde que a mensagem do seu livro toque as pessoas de alguma maneira.
Seu livro possui algumas dessas características?
Se ainda não possui e quer aprender mais sobre como aprimorar sua escrita, acesse o curso O Caminho do Escritor e vamos transformar seu livro no próximo best-seller do ano!!
Janeiro é o mês de planejamento para muitas pessoas, inclusive para mim. Nas primeiras semanas do mês, eu basicamente coloco no papel tudo o que quero atingir no ano vigente.
Essa foi minha maneira de organização nos últimos anos. Sempre cumpri esses objetivos? Não! Mas isso é porque não tinha planejamento nenhum.
Minha organização funcionava basicamente assim:
Eu falava que queria publicar um livro…
…ou ler mais livros…
…ou juntar dinheiro.
Mas nunca me planejei para, de fato, fazer essas coisas. Então, minhas metas ficavam perdidas e o ano sequer chegava à metade e eu já tinha desistido.
Ou seja, eu sabia onde queria chegar, mas não sabia o que fazer para chegar lá.
Loucura, né?
Porém, este ano, quando defini minhas metas, também criei um planejamento específico para cada uma delas. E ele é mais simples do que vocês possam imaginar.
Vou contar tudo aqui embaixo:
1. Um plano de ação para cada meta
No momento, tenho duas metas anuais grandes relacionadas a escrita: publicar dois livros e terminar de escrever quatro livros.
Então, para cada uma dessas, criei um plano de ação dividindo o que preciso fazer para conclui-las.
Ficou mais ou menos assim:
Até junho, publicar o primeiro livro.
Até dezembro, publicar o segundo livro.
No primeiro semestre, terminar de escrever os livros X e Y.
E por aí vai.
Mas veja que são metas bem amplas, correto? Isso porque a segunda parte vem agora:
2. Metas mensais completam a meta anual
Para desenvolver um bom plano de ação, é necessário ter metas mensais bem definidas cujo objetivo final seja atingir as metas anuais.
Nelas, é possível destrinchar exatamente o que precisamos fazer para atingir o objetivo final.
Pegamos a meta de escrever dois livros no ano. E o plano de ação de publicar um livro até junho. Neste caso, eu defini que:
Até o fim de janeiro, vou terminar a primeira revisão do livro;
Em fevereiro, vou enviar para e receber comentários dos meus leitores betas;
Em março, vou fazer a segunda revisão com as sugestões desses leitores;
Em junho espero ter recebido respostas. Se nenhuma aceitar, irei publicar de forma independente na Amazon.
Viu que em cada mês eu preciso concluir uma etapa?
3. Uma semana organizada equivale a uma meta concluída
Então você definiu as metas mensais para atingir o objetivo anual. Tudo ótimo, mas nada pronto. Agora, você precisa organizar mais uma coisa em sua vida: suas semanas.
Anote exatamente tudo o que você precisa fazer na semana para atingir seu objetivo mensal. É escrever 10.000 palavras na semana? É passar os dias pesquisando sobre o lugar onde se passa sua história? Ou é preencher seu guia de criação de personagens?
4. A base de tudo: metas diárias
Metas diárias nos ajudam a cumprir as metas semanais (que ajudam a cumprir as metas mensais, que ajudam a cumprir as metas anuais e por aí vai), mas acima de tudo nos ajudam a criar hábitos.
É colocando como meta escrever todo dia que você vai desenvolver o hábito da escrita.
Ou definir que você lerá pelo menos 30 páginas por dia para terminar todos os livros da sua estante.
Anote o que você precisa fazer no dia e não tire uma “folguinha” até cumprir isso.
Estou me organizando assim já faz uns meses e percebi a diferença no meu comprometimento com meus objetivos. O que tem me ajudado muito é utilizar um planner. O meu, por exemplo, é da Zaena
E se gostou do conteúdo, indico muito esse curso para você se organizar cada vez mais com suas obras e se dedicar à escrita!!
Vamos combinar: é difícil encontrar vilãs (sim, femininas) que sejam tão bem trabalhadas como os vilões. Aliás, já é difícil encontrar vilãs no geral, não é mesmo E, quando encontramos, geralmente é alguma mulher movida por sentimentos passionais – tipo ciúmes – que atua contra os protagonistas.
Pensando nisso, criei um guia rápido e simples para você começar a desenvolver melhor suas vilãs – porque, afinal, essa também é uma forma de evidenciarmos a presença feminina na literatura. Ou seja, aprenda como criar vilãs inesquecíveis!
Algumas das dicas desse guia são similares a outro post que fiz, sobre criar vilões cativantes (apesar do plural no masculino, são dicas que se encaixam para todos os gêneros, está bem?). Mas, outras, são especificamente pensadas para o desenvolvimento de vilãs femininas.
Continue lendo para saber mais!
O que você precisa antes de saber como criar vilãs
Antes de entrarmos nas dicas de como criar vilãs, existem alguns pontos-chave para você prestar atenção na hora de escrever uma personagem tão controvérsia:
Credibilidade
Sua vilã precisa fazer exatamente o que prometeu fazer. Seja isso torturar o protagonista ou matar outro personagem, ela precisa cumprir com sua palavra pelo menos em algum momento do livro.
Ela não precisa, necessariamente, prometer coisas ruins. Aliás, uma dica para deixá-la ainda mais má é fazê-la prometer algo relativamente bom, mas com consequências ruins – e ela sabe disso, mesmo que sua personagem principal ainda não saiba.
Afinal, não podemos esquecer que vilãs são, fundamentalmente, más. E precisam ser levadas a sério, mostrando credibilidade!
Habilidade
Qual é a coisa que sua vilã faz muito bem? Que a torna praticamente imbatível? Se ela não tem, pense no que ela pode ser incrivelmente boa, que até você ache impossível de vencê-la.
Isso é necessário, em partes, por conta de um preconceito literário de que mulheres não podem ser tão más assim ou tão fodas assim. Pense em todos os vilões masculinos que você conhece. Todos têm alguma habilidade excepcional que faz nosso corpo gelar na hora, indagando se o protagonista vai, mesmo, vencê-lo.
No caso de vilãs femininas, construa-as ainda mais habilidosas, para não restar dúvida de que ela é invencível – mesmo que não seja.
Histórico
Todo mundo tem uma história. Então qual é a da sua vilã?
Às vezes, o passado da vilã é mais importante que o da sua personagem principal.
Além de explicar como a vilã se tornou quem ela é, o passado dela pode ser o plot da sua história, mesmo que contado através do protagonista. Já anota essa dica para os dias que o bloqueio criativo bater.
Ambientação
Essa é uma técnica muito boa para construir personagens: pense na paleta de cores que o compõem.
Se necessário, crie até aesthetics para sua vilã, para entender qual o seu verdadeiro humor.
Além disso, toda vez que ela aparecer, descreva um ambiente ou uma cena que combine com a personalidade dela. Seja colocando uma nuvem negra anunciando sua chegada ou explicando que ela só aparece a noite. Isso ajuda a caracterizar e deixar a vilã ainda mais marcante.
O ambiente em que ela vive é importante para mostrar ao seu leitor quem sua vilã realmente é.
5 dicas de como criar vilãs memoráveis
Confira 5 dicas simples para escrever vilãs cativantes e inesquecíveis:
Vilãs precisam de qualidades e virtudes também. Não esqueça de dar alguma coisa boa para essa personagem. Lembre-se: ninguém 100% mal conquista o público.
Estude outros vilões – masculinos e femininos. É uma boa maneira de perceber como demais autores estão criando essas personagens tão importantes para a história e replicar para a sua.
Uma vilã que ama algo ou alguém garante simpatia dos leitores. Ainda mais se ela lutar para proteger ou por qualquer outro motivo que envolva esse algo ou alguém. Essa dica também se encaixa na premissa da dica número 1: ninguém é totalmente mal.
Lembre-se que uma vilã com psicopatia ou Borderline é um clichê batido, se não for bem desenvolvido. Mas que tal se aventurar e mudar esse paradigma de que vilões no geral precisam de algum transtorno de personalidade como característica principal?
Mesmo que todas as outras personagens vejam a vilã como má, ela precisa acreditar que os outros é que estão errados. Para ela – e para o seu leitor – sua vilã precisa estar lutando por algo que acredita.
Com essas observações, tenho certeza que em breve suas vilãs se tornarão ícones da literatura.
E se gostou das dicas para tornar sua personagem incrivelmente má mas ainda tem algumas dúvidas e quer aprender mais, indico o curso Criação de Personagem de Ficção.
Romance é um dos gêneros que tenho mais dificuldade em escrever. Sempre fui do time que prefere escrever cenas de suspense ou terror. Mas, com o passar do tempo, fui aprendendo truques para criar uma atmosfera de romance em histórias, independente do tipo de livro.
Os truques podem ser até mesmo clichês para quem já tem facilidade com esse tipo de gênero. Mas, se você é como eu, pode precisar dessas dicas.
Lembrando que são apenas isso: dicas! Leve com você só o que fizer sentido para o seu estilo de escrita, está bem?
Se você quer saber quais são os meus truque para criar uma atmosfera de romance em histórias, continue lendo o post.
Os 6 truques para criar uma atmosfera de romance em histórias
Os 6 truques – ou clichês – que eu uso para garantir uma atmosfera de romance em histórias são estes abaixo. Eu sempre sigo essas fórmulas, mudando conforme cada livro pede, mas isso ajuda o leitor a perceber um clima entre os personagens sem muito esforço.
Olha só quais são:
Fazer suas personagens se olharem por alguns segundos e então desviarem o olhar, tímidas;
É normal concordarmos com tudo que a pessoa de nosso interesse fala, então você pode usar essa tática em certas cenas para mostrar que sua personagem gosta de alguém;
Deixar suas personagens nervosas e tímidas quando estão próximas do(a) crush;
Quando estão conversando com a personagem de quem gosta, faça seu protagonista se aproximar alguns passos;
Escrever momentos de “toques acidentais” – pegar na mão, tirar o cabelo do rosto etc;
Descrever cenas em que sua personagem está tentando chamar atenção de quem ela gosta. E explique como faz isso – ela fala mais alto? Passa a mexer no cabelo? Olha diversas vezes para o crush?
São pequenos momentos que parecem simples, mas, durante a trama, criam a atmosfera de romance que mostram ao leitor os sentimentos das suas personagens.
Quer descobrir mais sobre como construir personagens e torná-los mais interessantes, bem como técnicas de como mostrar outros sentimentos? Então conheça o Curso de Criação de Personagem de Ficção.
Comprando o curso pelo link acima, você não paga nada a mais e eu ganho uma pequena comissão.
Muitas vezes a animação de começar a escrever uma história é tanta, que, quando percebemos, na verdade não fazemos ideia do que, exatamente, queremos escrever.
Pode ser que você tenha só uma ideia geral, só o personagem principal ou até mesmo só o final do seu livro…
Então, para te ajudar a se organizar, vim te contar o que você pode fazer antes de começar a escrever o primeiro capítulo do seu livro. Assim, você consegue aproveitar melhor o seu tempo de escrita.
Continue lendo para descobrir.
Lembrando que esse post foi escrito com base no meu checklist gratuito: da ideia à publicação. Nele, você encontra tudo o que precisa para concretizar sua ideia, escrever seu livro e publicar sua obra.
Vamos ao que fazer antes de começar a escrever seu primeiro capítulo?
Invista tempo na preparação
Recomendo sempre estruturar sua história antes de começar a escrever para você ter uma boa ideia de como irá desenvolver a trama.
Portanto pense no cenário e no tempo em que sua história se passa. Também escolha o tipo de narração que você irá usar – primeira, segunda ou terceira pessoa, com mais de um narrador etc.
Crie seus personagens. Para isso, você pode usar um guia ou até mesmo investir em um curso, para torná-los mais realistas.
Por fim, pense nos conflitos principais e secundários. Quais serão as coisas que irão atrapalhar seu protagonista durante a trama?
Outra dica para iniciar sua história de maneira que faça seu leitor querer continuar a lê-la é testando começos.
Pense em diferentes cenários para o início. Veja se é melhor já começar com uma cena de ação ou com uma reflexão, por exemplo.
Tenha uma conversa com o protagonista
Pare alguns instantes e se imagine conversando com o protagonista. Na hora de você criar o seu personagem, identifique seus medos, seus objetivos na história, conheça sua personalidade.
Isso vai te ajudar a entender como o livro irá se desenrolar.
Esses passos vão ajudar os escritores mais perdidos, que não têm muita ideia de como começar, mas também servem até para os mais experientes.
Foi-se o tempo em que todos os personagens eram lindos, altos, loiros e de olhos azuis (ainda bem!).
Nossos leitores estão buscando representatividade e com razão. Assim como autores não-brancos e fora do padrão estão ganhando cada vez mais destaque no mercado.
E é por isso que que quero saber: você escreve uma literatura que representa seus leitores?
Você cria personagens reais, com defeitos, não-brancos e corpos fora do padrão?
Independente se a resposta for sim ou não – e se for não, por favor considere mudar isso de verdade -, hoje trouxe três dicas de como incluir representatividade na sua literatura, especialmente em seus personagens.
Antes de começar as dicas, gostaria de falar um pouco sobre os diferentes tipos de representatividade:
Feminista
Querendo ou não, mulheres ainda enfrentam um grande preconceito dentro do mundo literário. Muitas vezes, somos vistas apenas como competentes para escrevermos livros do gênero do romance, como se o amor só pudesse ser falado de uma perspectiva feminina.
Ainda estamos entrando no mercado como profissionais bem pagas. Um estudo de 2019 revelou os escritores mais bem pagos do mundo:
J.K. Rowling: US$ 92 milhões
2. James Patterson: US$ 70 milhões
3. Michelle Obama: US$ 36 milhões
4. Jeff Kinney: US$ 20 milhões
5. Stephen King: US$ 17 milhões
Sendo que J.K. precisou criar um pseudônimo masculino para lançar seus livros de conteúdo mais adulto.
Não estou criticando o valor do trabalho dos autores masculinos da lista, mas isso mostra o que ainda precisamos incluir novas autoras no ranking (até porque é bem ruim mantermos uma autora transfóbica no topo dessa lista, né?).
Racial
Quantos personagens não-brancos você coloca como protagonista em seu livro? Quantos autores não-brancos você lê ou vê destaque na mídia?
Vamos pegar a mesma lista de autores mais bem pagos do mundo. Dos 5, uma é uma escritora não-branca. E será que Michelle estaria nessa lista se não fosse esposa de um ex-presidente?
Por que essa não poderia ser uma lista muito mais racializada? Temos autores incríveis de descendência asiática, negra, indígena… Então por que nossas estantes ainda são permeadas por autores brancos?
Isso é uma coisa que quero mudar, tanto do conteúdo que leio quanto como do que escrevo.
Sexualidade
Coloco o mesmo ponto do argumento de cima aqui: quantos livros com protagonistas LGBT+ você tem na sua estante? Quantas são histórias que não falam nada sobre a descoberta da sexualidade? Quantos autores LGBT+ você conhece?
As pessoas são gays. E lésbicas, e bissexuais, e trans e de todos os tipos fora do padrão hétero cis. Então por que seus personagens não devam ser também?
Por que não ler autores dessa comunidade?
Corpo fora do padrão
Você tem algum protagonista gordo? Que o problema da vida dele não é ser gordo, é, sei lá, salvar o mundo?
Pois é. Se é difícil vermos personagens negros, indígenas, gays ou trans ou o que seja, mais difícil ainda é ver personagens gordas.
Mas acontece que corpos fora do padrão existem e até ouso dizer que são mais comuns do que o padrão que a sociedade impôs. Então por que não explorar essas formas e colocar na sua narrativa?
Personagens com deficiência
A Flipop 2020 teve debates maravilhosos sobre representatividade na literatura e a que eu mais gostei foi a mesa Ninguém é só uma coisa, porque pude entender mais da vivência da Rebeca Kim, escritora cadeirante.
E senti vergonha ao perceber que eu jamais havia lido nada com protagonista com deficiência. Pior ainda: nunca havia sentido falta dessa representatividade na literatura.
O que gostei da fala dela é que autores deficientes existem também. E quantos estão tendo visibilidade?
Quis trazer esses tópicos para percebermos que a representatividade é plural e ampla. Ela pode estar muito mais presente na literatura do que o que vemos hoje.
Então qual dessas você vai passar a ler ou a incluir nos seus livros?
Agora, às dicas…
Depois de entender os tipos de representatividade, vamos às dicas para saber como escrevê-las melhor?
1. Se você não faz parte do grupo de representatividade, pesquise muito
Isso significa acompanhar influenciadores não-brancos, PcDs, mulheres ou LGBT+. Não somente escritores ou do mundo literário, mas de todas as áreas. Essas pessoas costumam compartilhar suas vivências como pessoa racializada, mulher, LGBT+ ou PcD e isso significa que você pode entender muito mais do mundo dessa pessoa.
Converse com essas pessoas, pergunte, mostre seu rascunho para elas para ver se você não está escrevendo nenhuma abobrinha. Saia da sua bolha e conheça outras realidades. Se coloque na pele dessas pessoas.
O segredo para escrever representatividade, sendo uma pessoa cis hétero (como é o meu caso), por exemplo, é ter empatia.
2. Evite caricaturas
Uma coisa que acontece com frequência é autores colocarem personagens que geram representatividade mas que surgem como caricaturas do que essas pessoas realmente são.
Quantas vezes não conhecemos o melhor amigo gay super afeminado que só está na história para ser cômico? Ou a amiga gorda que só serve para fazer piada? Ou o homem negro que morre e vira um mártir para o protagonista branco lutar contra o sistema?
Pois é, são os piores clichês que você pode incluir nas suas histórias.
3. Não ocupe o lugar de falar de ninguém
Eu sou a favor de usar a literatura como forma de expressão e como maneira de mostrar as realidades do mundo de modo artístico. Isso significa que você pode criar o que quiser, da forma como quiser, no entanto com alguns cuidados.
Escrever uma protagonista lésbica, como eu fiz no meu livro Se Eu Fosse Um Clichê, é diferente de tomar para mim o lugar de fala da comunidade lésbica. Não posso sair gritando aos quatro cantos que meu livro retrata exatamente a vivência de uma adolescente lésbica, nem posso usar isso como meu porta-bandeira. Não é meu lugar de falar comentar sobre o preconceito que essas mulheres vivem, nem sobre suas dificuldades e desafios.
Eu pesquisei muito para conseguir escrever o livro e deixá-lo de uma forma que não fosse pejorativa. Em nenhum momento me posicionei de forma a ocupar o lugar dessas mulheres. Não pretendo me colocar como especialista no assunto nem ficar opinando sem embasamento.
Entende a diferença entre contar uma história do ponto de vista de uma pessoa que tem outra vivência que a sua e tomar seu lugar de fala?
E agora, você entende a importância da representatividade na literatura? Que tal começar a incluir mais na sua?